26 fevereiro, 2013

um dia comum

mas essa não é uma carta de amor. É uma carta de solidão. A solidão que guardo aqui, que me faz compania faz tempo. A solidão que ninguém enxerga atras do sorriso simpático, atras dos olhos verdes.
Mas vem, eu aguento teus medos, tuas culpas. Eu assumo as minhas,eu nunca fugi da minha luta.
Mas essa noite eu quis desistir, desistir de tudo. Essa noite quis pegar aquele onibus e voltar pra minha casinha e dai lembrei que ja não existia mais uma, como você faz, quando não ha um lugar pra voltar?
Me deu saudade do colo de mãe que nunca reclamou dos olhos vermelhos de chorar que escrevem aqui.
Essa noite, eu quis dormir e não acordar. Eu quis findar.
Essa noite eu quis desistir, mas desistir de mim também. Essa noite eu cansei de lutar.
Espero que amanha eu queira retornar ao ringue, que eu volte a ter a minha força de todo o dia, aquela força que eu não sei onde se esconde as vezes.
Aquela força que me fez acreditar. Mas hoje eu só quero que a noite termine logo.
Hoje eu quero a cama vazia, vazia até de mim se for preciso, porque eu algum lugar pelas ruas dessa cidade eu deixei um pedaço, um pedaço fraco pra me tornar mais forte. E essa metamorfose é dolorida, eu sei. Dói que cada pena da minha asa nasça. Mas eu vou voar.
Embora hoje eu só queria atirar algo pela janela e observar a queda, e ver morrer, qualquer coisa la embaixo.
Hoje, eu só quero essa dor.

Um comentário:

PROFESSORA: Maria Nery disse...

Parabéns! Como é bom ler texto lindo como este.