14 janeiro, 2013

um dia você tem que se adaptar as suas próprias manias, seus jeitos, a sua voz irritante.
Um dia você tem que aceitar a sua personalidade forte. Me desculpe, mas não nasci pra ser a menininha esperando no balanço pelo principe encantado. Eu quero lutar, não sei se é o sangue alemão misturado com a vodka correndo forte nas veias. Eu nunca neguei minhas origens, o R puxado. Nunca neguei saber mais de pasto que muito aluno de zootecnia, agronomia,entre outros 'ias'. Eu sabia porque era  curiosa, eu sempre fui. Olha pra mim, a curiosidade ta nos meus olhos, na lingua que não para quieta nem na boca de outra pessoa. Eu nasci pra ser. Não pra esperar, sabe? Não sou normal, nunca fui. Gosto da cerveja gelada, do bacon bem frito. E não ligo mesmo se disserem que isso engorda, depois eu corro um pouco, faço umas abdominais. Eu não ligo. Eu nunca neguei uma dança quando a musica chama com sua voz doce. Eu não nego experiencias quando sinto que é hora. Eu não neguei nem a ele e nem a mim mesma. Porque antes de tudo sou eu. E lamento informar, vou conviver comigo pra sempre, com cada pintinha que eu tenho. Desde a debaixo do seio até a do dedão do pé. Vou conviver com cada cicatriz, embora nenhuma (até hoje) seja de briga de bar. Vou conviver com as minhas lembranças, mesmo que dolorosas.
Aprendi a me aceitar nas pistas, nas de corrida e nas de dança. Aprendi a dançar e correr muito nova, desde pequena eu dançava o samba de raiz na cozinha de casa, muito mal dançado, mas e dai? Eu sempre levei jeito pra piada. Depois de um tempo a corrida virou paixão, eu não precisava estar bonita, nem bem vestida, era eu e a estrada na minha frente. E dai, quando mais nada te impede você se aceita. Não existe a pessoa ideal, o emprego ideal, a faculdade ideal. Existe você guardando tudo de bom do que tem ao seu redor. Existe eu. E eu existir é uma vitoria monstruosa. Viver é uma vitoria monstruosa, se a vida fosse facil, você acha que te dariam parabéns pra cada ano que você completa nela?
Não aprendi até hoje a levar desaforo pra casa, a não reagir. Não aprendi a não me apaixonar pelo cara simpático que me oferece conforto. E de verdade, aceito isso também, afinal isso sou eu! É isso que faz as pessoas gostarem de mim, toda a força, a vontade de lutar e todo o amor latente. Eu não sei ser metade, eu não sei. Eu nasci pra ser inteira, inteira minha, inteira de alguém. Eu não sei ter uma ideologia, uma religião que não seja apenas o amor. Mas eu sei, que eu quero aprender, cada dia um pouco mais. Cada dia um pouco além.

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